Nacionalidade no currículo: quando e como colocar

Neste artigo, abordaremos tudo sobre este tema. Explicaremos o que é nacionalidade no currículo, se é necessário incluí-la e quais são as razões para incluí-la ou não nesse documento.

O que é nacionalidade no currículo

A nacionalidade é uma informação opcional no currículo que indica o país ao qual a pessoa pertence legalmente, ou seja, o Estado que a reconhece como cidadã. Uma mesma pessoa pode ter mais de uma nacionalidade. Por exemplo, ela pode ser brasileira e portuguesa.

As palavras nacionalidade e cidadania tendem a ser usadas como sinônimos, mas não são. Na verdade, a cidadania lhe confere o direito de participar na vida política do Estado do qual você tem nacionalidade e há alguns casos em que uma pessoa pode ter a nacionalidade, mas não a cidadania (como o caso dos menores). Porém, geralmente, não se coloca a cidadania no currículo, a nacionalidade é suficiente.

Qual a diferença entre naturalidade e nacionalidade?

A naturalidade é o país onde uma pessoa nasceu, e geralmente é igual à nacionalidade. Afinal, uma criança nascida no Brasil terá, em regra, nacionalidade brasileira também.

No entanto, existem exceções. Por exemplo, uma criança nascida no Brasil, filha de pais estrangeiros a serviço de seu país de origem (como diplomatas), não será automaticamente brasileira, mesmo tendo nascido em território brasileiro.

É preciso incluir a nacionalidade no currículo?

Agora que você já sabe o que significa nacionalidade no currículo, é importante saber se é preciso incluí-la. Como já dissemos, não é obrigatório indicar a sua nacionalidade no currículo. Os dados pessoais que você sempre deve incluir no currículo são: nome completo, local de residência, número de telefone e endereço de e-mail. Outros dados, como a nacionalidade, são opcionais. No caso, só vale a pena acrescentá-los se você tiver algo a ganhar.

Os modelos de currículo do Jobseeker dão a você a opção de incluir ou não a nacionalidade, não o(a) forçando a inseri-la.

Razões para não mencionar sua nacionalidade

A maioria dos currículos não inclui a nacionalidade e há vários motivos para isso:

• Irrelevância: O principal motivo para você não incluir a sua nacionalidade no currículo é simplesmente a irrelevância dessa informação, caso você esteja se candidatando a uma vaga para trabalhar no Brasil. Segundo a pesquisa Tendências de RH e Estatísticas de Contratação 2025 do Jobseeker, 55,2% dos recrutadores afirmam que adicionar informações irrelevantes prejudica as chances dos candidatos.
• Discriminação: Se você estiver concorrendo a uma vaga para trabalhar em outro país, o motivo para não mencionar sua nacionalidade no currículo pode ser evitar ser discriminado(a) com base em sua nacionalidade. Isso se aplica tanto a brasileiros aplicando para vagas de trabalho no exterior quanto a estrangeiros concorrendo em uma seleção de emprego no Brasil.
• Autorização de trabalho: Caso você esteja concorrendo a uma vaga no exterior, é mais importante indicar que você tem autorização para trabalhar nesse país do que indicar sua nacionalidade.
• Imagem profissional: Currículos modernos tendem a evitar dados pessoais que não estejam relacionadas ao desempenho profissional, como idade, religião, estado civil ou nacionalidade.
• Privacidade: Evitar compartilhar dados pessoais é uma prática que melhora a sua privacidade, principalmente em processos de recrutamento digitais, onde as informações podem circular por várias plataformas e empresas.

Casos em que vale a pena citar a nacionalidade

Apesar de não ser indicado, na maioria dos casos, incluir a nacionalidade no currículo, há situações em que essa informação pode jogar a seu favor ou, pelo menos, deixar mais clara a sua situação para o empregador:

• Vagas com idiomas específicos: Se a vaga exige fluência em determinado idioma, você pode, com sua nacionalidade, indicar que você é nativo(a) nessa língua. Isso reforçará suas credenciais e deixará o empregador mais seguro de sua habilidade no idioma.
• Dupla nacionalidade: Outro exemplo é o de um(a) profissional brasileiro(a) concorrendo a uma vaga de emprego em outro país. Caso esse(a) profissional também tenha a nacionalidade desse outro país, indicar isso no currículo pode ajudar a evitar uma possível discriminação baseada, por exemplo, no nome ou no sobrenome desse(a) profissional.
• Para demonstrar diversidade cultural: Há empresas globais, ONGs e instituições que valorizam a diversidade. Por isso, mencionar uma nacionalidade menos comum nessas organizações pode ajudar a conseguir o emprego. Segundo o portal Open English Brasil, empresas que abraçam a diversidade cultural fortalecem sua cultura interna e ampliam a inovação, além de apresentarem melhores resultados organizacionais e financeiros (1).
• Reconhecimento de diplomas ou qualificações: Alguns setores (como saúde, educação e direito) exigem o reconhecimento de títulos estrangeiros, e a nacionalidade ajuda a identificar a origem dos estudos e a legislação aplicável.

Como esses casos, pode haver outros em que mencionar sua nacionalidade é uma boa ideia. Portanto, avalie bem sua situação e pese as vantagens e desvantagens de fornecer essa informação.

Onde mencionar sua nacionalidade

A nacionalidade normalmente é listada no início do currículo, na seção de dados pessoais do candidato. Ela pode ser mencionada após o nome completo do profissional, antes ou depois das demais informações, como o seu local de residência e as suas informações de contato.

Exemplo:

Se você incluir a nacionalidade no currículo, não precisa incluí-la na carta de apresentação. Se quiser criar esse documento, saiba que no Jobseeker oferecemos vários modelos de cartas de apresentação profissionais, que você pode personalizar à vontade.

Como descrever sua nacionalidade

Se você já decidiu incluir sua nacionalidade no currículo, certifique-se de mencioná-la corretamente. Há duas formas de escrever sua nacionalidade.

Você pode escrevê-la concordando com seu gênero (masculino ou feminino), por exemplo:

Alternativamente, você pode concordar sua nacionalidade com a própria palavra "nacionalidade". Ou seja, escrevê-la no gênero feminino, independentemente do seu gênero. Isso se aplica aos casos em que as categorias dos dados pessoais são nomeadas no currículo. Exemplo:

O mesmo vale para outras nacionalidades:

• Nacionalidade: argentina
• Nacionalidade: americana
• Nacionalidade: francesa
• Nacionalidade: italiana
• Nacionalidade: paraguaia
• Etc.

É importante destacar, no entanto, que, mesmo nesse caso, o profissional pode concordar o gênero da nacionalidade com seu próprio gênero. A única diferença é que a inclusão da palavra "Nacionalidade" torna isso opcional.

Por outro lado, não existe um padrão para casos de dupla nacionalidade. Você pode simplesmente listá-las na mesma linha, com algum elemento separador de sua preferência. Por exemplo:

Antes de entrarmos na última seção deste artigo, saiba que você pode conhecer todos os aspectos importantes sobre um currículo em nossos outros artigos.

Finalmente

Neste artigo analisamos os principais aspectos relacionados com a nacionalidade no currículo. Resumidamente, vimos que:

• A nacionalidade indica o país ao qual uma pessoa pertence legalmente.
• A nacionalidade no currículo pode ser colocada na seção de dados pessoais e não é obrigatória.
• Tome cuidado com o risco de discriminação ao incluir esse elemento em candidaturas internacionais.
• Se uma vaga no exterior exigir o domínio do português, indicar que é brasileiro pode lhe abrir portas.
• Na maioria dos casos, a nacionalidade deve ser deixada de fora do currículo, mas a decisão final é sua.

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Referências

(1) https://www.openenglish.com.br/blog/diversidade-cultural-no-trabalho/